bons negócios
Tive um chefe que todos os dias perguntava não só a mim como a todos os funcionários e estagiários da empresa “que dia é hoje?”, não tinha hora certa, podia ser numa reunião,no meio de uma fala e até no elevador; a resposta que ele queria ouvir e que, modéstia parte, nosso time de comunicação trabalhava muito bem em todos os canais – a começar pela liderança- era: “Hoje é dia do cliente”. Apesar de parecer óbvio e, mesmo tendo trabalhado com ele por mais de 1500 dias (fazendo um cálculo assim bem rápido), virava e mexia respondíamos consultando o relógio ou celular com a data em questão ou ainda, numa tentativa de demonstrar integração, já que tratava-se de um líder que sempre soube valorizar muito os colaboradores, dizíamos o nome de quem estava fazendo aniversário.
“Água mole em pedra dura”…
ao longo do tempo pudemos perceber que o que ele realmente queria era provocar em todos uma mudança de comportamento, neste caso, do mindset, ou seja, o modo como vemos, compreendemos e julgamos as coisas. Ficou muito claro que tratava-se de uma estratégia não somente para garantir bons negócios naquele momento, como a sua perenidade, construindo, desta forma, uma cultura de sustentabilidade. É claro que este líder não só atingiu o objetivo desejado, alcançando excelentes resultados com este modelo, como fez uma trajetória admirável nesta empresa, pois conseguiu criar uma ambiente organizacional em que os clientes estivessem, de fato, no centro de tudo, como tem que ser.
Em uma era em que muito se fala e pouco se faz com o potencial que se tem no quesito encantar os clientes, que é preciso conhecê-los profundamente, saber do que gostam e se esforçar ao máximo para oferecer o tão sonhado atendimento VIP (“Very Important Person”), focado, nominal e, acima de tudo, resolvedor, pois o que o cliente mais quer é ser bem tratado e receber um produto ou serviço adequado às suas expectativas. Caso isto não ocorra, ou seja, atendeu o cliente com pouco caso, ofereceu produtos e serviços de qualidade inferior ao que ele procura, prometeu e não cumpriu, foi antiético? é muito provável que este cliente vá para concorrência e ainda afete gravemente a reputação da sua marca, não só explanando nas mídias sociais como acionando os órgãos de defesa do consumidor, que atualmente, são vários.
O lado bom é que ainda há muitas oportunidades de melhorias, vamos parar para pensar em como nós, brasileiros, podemos transformar todo este calor humano, muito elogiado, especialmente nos últimos dias com as Olimpíadas e Paralimpídas, em relacionamento sólido com os clientes. No atual cenário sai na frente quem oferece diferencial ehumanizar as relações, mostrando ao cliente o quanto ele é especial, por mais óbvio que possa parecer, ainda é um bom caminho para o sucesso. Agora, quem quer te perguntar uma coisa sou eu: afinal, que dia é hoje?
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